quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sob (e sobre) um leve desespero



O clima úmido faz bem ao meu cabelo. ele fica mais sedoso.
Balançando as minhas pernas e sorrindo sob um leve desespero, tentava me concentrar nessa banalidade.
Não consegui deitar. Dormir? Que piada dormir!
De um lado para o outro do quarto, parada é impossível ficar.
Mais que as dores no corpo, o formigamento, a irritação da alma. Que inferno! Joguei tudo no chão.
Quantos anos me restariam de vida? 30? 50? 2? meio minuto?
Qualquer instante a mais seria insuportável.
Inalando o ar da atmosfera de pânico e desespero, senti a agonia pesar nos meus pulmões.
Ah, meu cabelo! O sol o deixa ressecado, mas agora que esfriou... Tão brilhoso!
Desvio de pensamento, a nova técnica da da psicologia. Um grito contido fez eco dentro de mim e eu quis gargalhar. Tudo é tão ridículo!
"Só por hoje, só por hoje". Não é esse o lema? O 'hoje' acabou de começar, é madrugada. Imediatista penso "Só por agora".
Tudo é tão babaca! Nada dizima essa sensação.
O que mais eu preciso me perder? Até onde eu ainda preciso ir?
Se eu deveria chorar não sei, eu só consigo rir.
Há uma saída de emergência? Um remédio, um objeto perfurante? Quantos andares tem isso aqui?
4:45 da manhã.
A umidade ajuda mesmo o meu cabelo!

Não que eu precisa explicar, mas a personagem dessa história não se chama Clara.

2 comentários:

Júlia Borges disse...

não precisa... e eu estou toda arrepiada.

Anônimo disse...

acho que ela precisa de alguém - para acalmá-la.
principalmente nesses momentos de desespero.
são os piores, eu sei [ e nunca há ngm por perto ].