segunda-feira, 27 de julho de 2009

Menina terra


Criança que surge em botão de flor, comporta a mulher que é fonte de ambiguidade, formosa deusa da fertilidade, que encaminha pro frio ou calor.
Une em si os elementos, colheita de safra rica, diversidade. Com os ventos ou marés, a que fica. Sólida, certa, se edifica.
Berço de onde provém os mortais, término que torna enfim, todos iguais.
Comporta o paradoxo de ser concreta, incerta, formosa, e viscosa. Lama aguada e flor perfumada.
De onde saem e para onde voltam as embarcações, objetivo desde a partida. Mesmo os mais aventureiros gritam "Terra à vista", todo navegante quer pisar em terra firme.
E mesmo os que transpassam para outros elementos precisam da força dessa moça, ora em botão, ora mulher que hipnotiza.Os demais elementos para visitar os extremos, mas o impulso vem sempre do chão. Mãe que desprende seus filhos para o mundo, mas que os torna dependentes e provenientes das forças e energias que só dela emanam.
Concreto porto, sólida base para qualquer devaneio, princípio e fim de qualquer aventura e onde fundam e findam todos os outros elementos. Simbolo sagrado que é o início e fim da beleza. Determinante, implacável e fixa.
Imóvel, estática e inflexível,fonte possível de observação. Se deixar molhar e observar a imensidão do céu, com os pés firmes naquela certeza. Até mesmo o imponente fogo só é possível nela, presença feminina que não se anula no contato com nenhuma força. Arrogante, talvez,mas equilibrio certo e encontro concreto de tudo que há.
Na paz e na guerra, de quem acerta e quem erra, onde inicia ou encerra

Eu sou uma menina terra.



Antes (e depois) do nome

Meu nome deu origem a mim, conosco a ordem foi inversa, só nasci por ele, presumo eu. Meus pais gostavam desse nome, cada um por suas razões, e quando isso foi revelado, minha mãe teve a certeza de que era aquele o pai da sua filha. Nas brigas, mamãe deixava bilhetes "A Clara precisa nascer" e suprimia o seu orgulho e a possível raiva por essa causa, por esse nome.
"Uma rosa com outro nome ainda teria o mesmo perfume". Sim, Julieta, teria. Mas eu defendo a filosofia de Graciliano Ramos de que "se eu não me chamasse Raimundo, eu não seria quem eu sou". E Carlos Drummond já disse, "Seria uma rima, não seria uma solução".
Então assim, eu prefiro ficar sem rima a ficar sem nome. Não que o nome seja uma solução, mas veja bem, faz parte da minha composição e é grande parte de mim.
Me olho no espelho e definitamente me acho com cara de Clara. Não me penso de outro jeito, não me imagino com outro nome.
Com os sobrenomes fico cheia de dúvidas. Não sei se uso 'melo', se adoto 'moreno', acabo assim, simples e puramente Clara. Minhas personalidade, meus trejeitos, minhas manias, tudo acaba revelando esse meu nome.
Carolina, Marina, Alice, Cecília, Luiza, Julia, Juliana, Mariana, Maria, Ana, Isabel, Isabela, Gabriela, Joaquina, Antônia, Joana... Não, não, é transparente, sou Clara.
De tudo em mim me queixo, acho do que reclamar, o que reivindicar, mas meu nome.... Gosto tanto! Falo cheia de orgulho a palavra bonita que me nomeia.
-Lara? Sarah?
- É Clara!
Sem pré-nomes, sem composições, sem "Maria", "Ana" ou "de Assis"com os quais todos insistem em querer completar meu nome. Ora, parem, ele é o total, inteiro, ele já é completo.
Com todas as brincadeirinhas de ovo, de escuro, de caramelo, com todos os paradoxos e referências, gosto mesmo de me chamar assim. Límpida, cristalina, simples e definitiva... Clara!
Minhas personagens escondem muitas façanhas e claro, revelam vários nomes assim como várias personalidades, mas eu não vario, nem mesmo quando sou colombina entre os carnavais. Ivento idade, histórias, vontades, jeitos... Mas nome, não consigo. Meu nome é um só, meu nome é meu, meu nome? sou eu.

domingo, 26 de julho de 2009

.

escorre o tempo pelas mãos da menina
Pelos carnavais, por entre as esquinas
pela carta de amor que fez o namorado
apressado entre os cortejos do rapaz apaixonado
Pela rugas de quem sabe que ele está passando
pelos olhos e na vida dos que estão começando
Nos sorrisos, brincadeiras e cirandas
Nas lembranças, cartas e fotografias
Criança travessa e avô centenário
Implacável, atento, apressado
Escorregando entre os dias da gente
Brinco de tentar segura-lo
Mas acabo me perdendo em dias
confusa entre anos e vivências
aprendi que com ele não se brinca
E então quando o procuro, entre as minhas mãos
onde ele estava
Entre as minhas fotos, onde o retratava
Entre os meus cabelos, onde residia
"Não acho", "perdi"
sumiu, rumou, feriu, traçou
passou....

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Pequena descoberta

Tive um sonho e acordei saudosa. Da voz, do sorriso, do abraço. Ah, o abraço...
Sem muitas soluções, corri até a sala e agarrei o telefone, só a voz me era permitida.
Risadas, vontades, palavras que ficaram dançando nna cabeça sem coragem pra sair, e a saudade percorrendo meu corpo que já estava a ponto de pedir arrego.
A vontade de não desligar, de não parar de falar, o desejo irresistível de ficar bem perto.
Aquela sensação esquisita, quase boa e quase incômoda. Algo de diferente em mim... De alguma forma me senti "pesada", preenchida de alguma nova emoção.
Desliguei ainda sobressaltada, com isso que eu notava em mim.
Há algum tempo desconfiava que uma nova sensação estava participando de minha vida, mas apenas especulações e desculpas esfarrapadas pra custar acreditar.
A música que tocava aleatoriamente no computador começou a falar comigo, pra mim. As palavras pesavam e caíam sobre a minha cabeça como uma verdade.
Li certa vez que as emoções fortes sentíamos no estômago e por muito tempo cheguei a concordar, mas agora eu tinha certeza, era no coração.
Joguei meu corpo quase culpado na cama. Aquela pequenina agonia se instalando.
Há quanto tempo estava sentindo isso? E há quanto tempo me enganando de que era apenas uma confusão?
Céu e chão, fervura e gelo, de extremos é feita a emoção que só agora me dei conta da dimensão.
O que eu farei agora? Eu que me julgo dona das minhas situações, eu que acredito que controlo o que faço?
"ah, não" Resmunguei baixinho, mas falou alto dentro de mim.
Só agora eu tive certeza, agora me dei conta. Todo o meu trabalho foi em vão, todo o meu esforço... Eu estou apaixonada por você!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Grande descoberta

Meu blog é (quase) obrigatoriamente para as coisas de minha autoria. Mas não é todo dia que se descobre que você mora com alguém genial.
Por isso, resolvi reunir um pouquinho(quase nada) do que eu acho de mais genial da minha mãe.

"Olho Mágico
Pelo olho mágico eu te vejo com bons olhos
te recebo, te comporto
Sem recusa nem por quê
Pelo olho mágico eu te como com os olhos
te degusto, te aprovo
Sem um toque, sem te ter
Tô de olho em você
Já não prego os olhos na madrugada
olhos que esperam pra te ver
Sonho que me custa os olhos da cara
Fecho os olhos pra tentar te esquecer
Mas tenho o olho maior que a barriga quando penso em você"

"Dois em um
Sou certeza que se tem pra duvidar
(...)
Sou pra sempre e sou também pra um dia só"

Fim de mundo
"A moeda que eles usam eu não sei negociar
Esses jogos de interesses
que eu não sei como lidar
(...)
Dialetos que se falam
Não consigo compreender
Nesse escambro de favores
Meus valores que é preciso refazer
(...)
Pra medir o meu caráter
minhas roupas vão contar
unidade de medida esquisita, tão difícil de aceitar"

É só isso
"(...) Não tem caneta, nem papel
nem voz, nem violão
Nem dicionários, nem ninguém, isso não tem tradução
Eu te amo, e é só isso
Não há poeta nesse mundo que defina esse feitiço"

Filhos e canções
"No Riso e na dor, sublimar e compor"

Pérola
"Nesses mares da solidão
Nessa praia do coração
Você bem que podia ser minha pérola, meu prazer
Nos mergulhos da ilusão
Nos naufrágios profundos da paixão
Você bem que podia ser minha ancora, meu bem querer
Minha atlântida perdida, minha estrela do mar, meu salva vidas
Minha ilha, meu tesouro
Minha bussola, meu ancoradouro
Você bem que podia ser
Minha pérola, meu bem querer".

Patrícia Mellodi.


obs: Ainda estou pra postar um texto dela(prosa) que me arrepia da cabeça aos pés.

domingo, 19 de julho de 2009

A noite perfeita

Aluguei um filme comédia romântica previsível, daqueles que dá para saber o que acontece só de ler o título. Chamei uma amiga de infância para dormir na minha casa. Pipoca, brigadeiro e lembranças. Enquanto o resto do mundo gastava sua madrugada na rua, meu sábado à noite foi à base de açucar e passado. Foi a noite perfeita!
Torcemos pelo final feliz mais que óbvio, nos fartamos de besteiras e risadas.
Lembramos de nossas vivência infantis, de quando éramos vizinhas e atravessávamos a rua com colchões pra durmirmos uma na casa da outra.
As festas, os programas de tv, os menininhos e os primeiros olhares que trocávamos... Ficar imaginando como seria o tal "primeiro beijo".
Ñaquele tempo a gente se contentava em voltar às 10 para casa, ia à praia no cantinho do recreio para ver os surfistas bonitos e levar caxote. Ficávamos cheias de areia dentro biquini, mas gostávamos porque acreditávamos que aquilo daria uma impressão de peito.
Houve uma tarde em que a gente vestiu um sutiã e encheu de algodão para os meninos da rua acharem que estávamos crescidas. A gente era feliz e não sabia!
Verdade ou consequência, gato mia, fazer pose de mocinha a tarde inteira mas antes de dormir brincar de Polly em segredo. Assistir Sakura, Sailor Moon, os filmes das gêmeas Olsen, Lindsay Lohan e Hilary Duff. Subir no pé de goiaba, contar segredos e dançar "acererê" na varanda de casa.
Saia jeans até o pé como última moda. Meia três quartos colorida e melissa de salto.
Se achando o máximo por usar plataforma!
secar pneu de carro, tocar campanhinha e sair correndo, vender bijuteria na calçada, abrir cancela pros carros pra ganhar centavos e comprar biscoito.
Em uma noite tive o prazer de reviver essas delicadas lembranças.
O cheiro, as formas, os dias.
Ver como as pessoas ficaram com o passar dos anos através dos orkuts, imaginar por que itinerários a vida carregou aqueles que foram nossos grandes companheiros, ver que fim nós levamos e o que aprendemos de tudo que vivemos.
Na minha pobre experiência, digo à todos que vivam, mesmo as maiores bobagens.
Não me preocupo em aculumar riquezas, quero histórias para contar, quero coisas para me lembrar, quero mais noites como essa.
Só é feliz quem tem passado, quem tem recordações. Se apeguem sim, às suas pequeninas memórias.
Quem não tem lembranças, definitivamente não tem nada.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Flor.


pra que fazer metáfora com um nome tão bonito asim?
Não preciso fazer comparação, não preciso imaginar
Não preciso te aproximar de objetos, formas, da natureza
Seu nome já é toda a delicadeza, a doçura, a beleza.
Não faz necessidade de muita explicação, não torna necessário muitas palavras.
" Flor"! Não parece objetivar tudo? Era exatamente o que eu queria dizer, e que mesmo que eu gastasse horas e diversas palavras não sintetizaria tão bem quanto o seu próprio nome.
Não me resta nada pra dizer, seu nome já diz tudo.
Flor". Já é elogio, só mesmo te citar.
Na impotência de não poder lhe dizer nada (pois por si própria, já é tudo), apenas te chamo:
"Flor, minha flor, vem cá"
Apenas te peço:
"Flor, minha flor, não se vá!"

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Colombina, sempre colombina.


Colombina acordou cansada. O cochilo durante a tarde não lhe resultou nenhum descanço. Ainda sonolenta procurou o celular com a mão. Quatro chamadas não atendidas. O sono deu brecha para uma leve animação e expectativa, mas ao constatar os quatro que lhe procuraram, o sono pareceu maior.
Às vezes sentia-se mal por essa sensação de quase enjoo que lhe davam os pretendentes(quase não, enjoo mesmo. E uma ânsia de vomito que a todo instante parecia se manifestar).
Quase nenhum encanto a envolve por muito tempo. Sonha, pensa, imagina, mas depois que realiza... quer esquecer.
Não atende no dia seguinte, e se encontra na rua anda depressa e faz que não vê. Que feio Colombina! mas no fundo não importa- se tanto assim.
Arruma-se, arrisca-se, mas não envolve-se. Não por muito tempo.
Faz pose, faz charme, consegue. E já não quer mais...
De longe, tudo lhe atrai. Um jogo de sorrisos, uma troca de olhares, mas ao chegar mais perto o asco lhe toma de novo. O enjoo, a vontade de ir embora, de trocar de par.
Acumula os pierrots em seus diários e em ligações não atendidas no celular.
Mas entre quereres passageiros e pequenas rejeições, Colombina notou também um olhar, que não desviou sua rota para olha-la(não por muito tempo) e então seu coração carnavalesco e frágil se vendeu para essa emoção. Aparenta exigência, mas no fundo, precisa de pouco. Só precisa sentir.
E agora é bailarina na caixinha de música dessa emoção, que lhe maltrata mas lhe mantêm viva.
Queria ela não ter visto Arlequim. Ai dela se não tivesse o visto!
Exibe-se ao máximo na marchinha que virou valsa e às vezes atrai toda a atenção do Arlequim, outras tantas dança sozinha numa espera cansativa e constante pelos olhares do rapaz.
"Tome jeito, Colombina". Lembra-se das vozes e repete-se com sono e o celular ainda em mãos.
Na verdade pouco ouve a si e (muito menos) aos outros.

Ainda dança, ainda sonha, ainda sente...
Não livra-se nunca desse carnaval.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Carta para Lygia Bojunga


Amada escritora,

Obrigada!

Não poderia começar de outro modo. Nenhuma outra palavra seria tão exata. Para falar a verdade, poderia terminar a carta por aqui, antes mesmo de começa-la realmente, pois tudo que venho a falar depois será só a continuação dessa primeira palavrinha: obrigada!
Sempre evitei citar uma poesia, um autor, um livro favorito, porque sempre foram tantos que diviram esse espaço de predileção dentro de mim que seria quase impossível classificar um preferido, no entanto, desde que li "Corda bamba" tive a certeza de que ali estava não só o meu livro preferido, dentre todos os meus preferidos, como também o meu melhor amigo, que me acompanharia durante toda a minha trajetória daquele instante para frente.
Devorei "Corda bamba" em uma tarde, fascinada, encantada, com os olhos brilhando de gula por mais palavras suas. Terminei o livro e ainda embasbacada fiquei um tempo sem conseguir fecha-lo, em transe. E permaneci quase estática durante alguns dias.
Não saberia dizer o que fez de "Corda bamba" um livro tão especial para mim. Se a história, se as personagens, se a maneira como a trama foi contada e escrita... Não sei mesmo. Mas o conjunto dessas coisas todas me tocou, me marcou e se perpetuou dentro de mim e faz fortes ecos até hoje.
Quando eu estou triste ou alegre demais, preciso do livro, preciso tê-lo perto de mim. Nem que seja só para senti-lo, segura-lo. Marquei todas as frases preferidas com marca texto, mas espero que não considere isso falta de respeito, pois é um hábito do qual não consigo me livrar.
Às vezes sinto como se fossemos amigas, porque temos conversas intensas e demoradas(através dos livros, é claro). Quando eu preciso de alguma resposta, conselho ou até uma motivação, recorro de novo à você e suas palavras.
Assim foi com "aula de inglês", "sapato de salto"...
"A casa da madrinha", "sofá estampado"! Quanta inspiração...
Quantas tardes remoendo minhas lembranças, revivendo minhas fantasias infantis, deixando que vivesse e ocupasse grande espaço de mim meu eu criança.
Aplaquei minhas saudades com a cama, emprestei minhas emoções para nós três(e vivi com a intensidade necessária aquelas aventuras todas dentro de mim).
Ah, Lygia... Sorte as suas palavras terem cruzado o meu caminho. Me pergunto como eu seria sem você, sem sua obra.
Sim, pois parte de mim, do que se construiu e do que ainda se forma à cada dia é sustentado, em parte,pelo cimento de seu trabalho, da sua sensibilidade.
Minha vontade de ser escritora só cresceu ao te ler, que exemplo, que vontade de ser assim tão grande! Quanto incentivo, quanta motivação você me traz.
Dentre os meus sonhos e aspirações ingenuas está o desejo de mudar a vida de alguém, assim você fez e faz com a minha.
Minha amada escritora, minhas palavras não chegarão até você, vão ficar pairando por aqui nessa carta e no meu coração, mas pouco me importa.
Se você acreditar em energia, em força de sensação e pensamento, aí tenha a certeza de que meu carinho e agradecimento de alcançará, onde quer que você esteja.
Não tenho a intenção de me alongar ainda mais, como disse desde o começo era apenas um agradecimento que se tivesse começado e terminado no inicial "obrigado" já teria cumprido a sua missão.
Espero que um dia a gente possa se encontrar, vou me controlar para não te sufocar com toda a minha exaltação pelo acontecido. Só queria mesmo te dar um abraço para catalogar dentro de mim e junto com os outros que classifiquei depois de ler "o abraço", o inesquecível e infindável(porque é assim que vai ser) abraço de Lygia.

Com toda a minha admiração
Da sua leitora fiel e apaixonada

Clara.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ordem e progresso


Para saber um pouquinho de história e para ser um pouco mais nacionalista não tem hora, mas não vamos tornar a data um motivo e sim, uma oportunidade. Parabéns para a centenária bandeira brasileira!
A primeira bandeira a ser hasteada em terras brasileiras foi a 'bandeira de ordem militar de cristo'. Foi exposta no altar em Belém, e chegou por aqui pela embarcação de Pedro Álvares Cabral.
A segunda bandeira foi a 'bandeira para india e américa' que representava os poderes político, econômico, militar e religioso.
A primeira bandeira exclusiva do Brasil colônia foi a do "principado do Brasil", foi o nosso primeira sinal de presença no campo político mundial e era a bandeira oficial quando a família real chegou ao Brasil em 1808.
Com a chegada da família real ao Brasil, D.João aclamado rei, elevou o Brasil à reino unido à Portugal e Algarves e o Rio de janeiro passou a ser a capital da corte, uma nova bandeira surgiu.
Debret, pintor francês que chegou ao Brasil em 1816 na missão Francesa foi o pintor histórico da casa imperial, o que explica a influência napoleônica na bandeira.
Em 1821, D.João VI volta para Portugal, estabelecendo a bandeira constitucional portuguesa. Eliminação da esfera armilar e a presença de cores portuguesas eram as características mais marcantes.
Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I ecoou pelo Ipiranga o seu famoso grito, espalhando ao chão laços de cores azul e branco. Era necessário com urgência uma nova bandeira para o país que agora era liberto de Portugal.
Foi decretado por D. Pedro I em 18 de setembro de 1822 a bandeira do reino do Brasil e o escudo das armas, que foram nossos primeiros símbolos nacionais.
A recém criada bandeira foi logo substituida pela bandeira do império. podemos atribuir créditos à D.João pois a bandeira hasteada por D.Pedro I é muito parecida com a encomenda de D. João à Debret. Outra curiosidade é que possivelmente a bandeira brasileira foi a primeira a homenagear uma mulher. Na heráldica, arte dos brazões, as damas eram tradicionalmente inscritas em um losango.
A bandeira do império foi mantida até o término da guerra do Paraguai, onde a oposição à monarquia era cada vez mais forte e criou-se o "manifesto republicano", com o lema "somos da américa e queremos ser americanos". Em menos de duas décadas, a república dos Estados Unidos do Brasil seria proclamada.
A primeira bandeira republicana brasileira era igual à bandeira dos Estados Unidos da América, substituindo pelas cores verde e amarela. Foi a solução assumida às pressas no dia da proclamação para marcar o novo regime.
A bandeira tal como conhecemos hoje teme influência direta de Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, fundamentais na transição da república. Os dois eram influenciados pelo positivos, pensamento do francês Augusto Comte.
A nova bandeira anunciou o novo regime, mas manteve o verde e amarelo , cores das casas de Bragança e Habsburgo. As estrelas foram para dentro da esfera, registrando o momento de passagem. A constrelação do cruzeiro do sul remetendo à cruz de cristo, fazendo uma leve referência à primeira bandeira trazida por Cabral e finalmente, o nosso marco principal desde então, a faixa com o lema positivista : "Ordem e progresso"!

sábado, 4 de julho de 2009

Soneto de fidelidade

Que Vinícius não se chateie com a brincadeirinha sem graça.

Contudo, ao coração serei atento
Às vezes com tal zelo, outras nem tanto
Mas mesmo em face do maior espanto
ele comande mais meu pensamento

Quero sentir à cada vão momento
de sensações hei de espalhar meu canto
pra rir meu riso ou derramar meu pranto
Seja pesar ou só contentamento

E assim, quando mais tarde só me cure
Quem sabe a morte, findando quem vive
Quem sabe a solidão, ferindo quem ama

Eu possa dizer do coração(que tive):
Que seja fatal o eletrocardiograma
Mas que sinta infinito enquanto dure.