domingo, 19 de julho de 2009

A noite perfeita

Aluguei um filme comédia romântica previsível, daqueles que dá para saber o que acontece só de ler o título. Chamei uma amiga de infância para dormir na minha casa. Pipoca, brigadeiro e lembranças. Enquanto o resto do mundo gastava sua madrugada na rua, meu sábado à noite foi à base de açucar e passado. Foi a noite perfeita!
Torcemos pelo final feliz mais que óbvio, nos fartamos de besteiras e risadas.
Lembramos de nossas vivência infantis, de quando éramos vizinhas e atravessávamos a rua com colchões pra durmirmos uma na casa da outra.
As festas, os programas de tv, os menininhos e os primeiros olhares que trocávamos... Ficar imaginando como seria o tal "primeiro beijo".
Ñaquele tempo a gente se contentava em voltar às 10 para casa, ia à praia no cantinho do recreio para ver os surfistas bonitos e levar caxote. Ficávamos cheias de areia dentro biquini, mas gostávamos porque acreditávamos que aquilo daria uma impressão de peito.
Houve uma tarde em que a gente vestiu um sutiã e encheu de algodão para os meninos da rua acharem que estávamos crescidas. A gente era feliz e não sabia!
Verdade ou consequência, gato mia, fazer pose de mocinha a tarde inteira mas antes de dormir brincar de Polly em segredo. Assistir Sakura, Sailor Moon, os filmes das gêmeas Olsen, Lindsay Lohan e Hilary Duff. Subir no pé de goiaba, contar segredos e dançar "acererê" na varanda de casa.
Saia jeans até o pé como última moda. Meia três quartos colorida e melissa de salto.
Se achando o máximo por usar plataforma!
secar pneu de carro, tocar campanhinha e sair correndo, vender bijuteria na calçada, abrir cancela pros carros pra ganhar centavos e comprar biscoito.
Em uma noite tive o prazer de reviver essas delicadas lembranças.
O cheiro, as formas, os dias.
Ver como as pessoas ficaram com o passar dos anos através dos orkuts, imaginar por que itinerários a vida carregou aqueles que foram nossos grandes companheiros, ver que fim nós levamos e o que aprendemos de tudo que vivemos.
Na minha pobre experiência, digo à todos que vivam, mesmo as maiores bobagens.
Não me preocupo em aculumar riquezas, quero histórias para contar, quero coisas para me lembrar, quero mais noites como essa.
Só é feliz quem tem passado, quem tem recordações. Se apeguem sim, às suas pequeninas memórias.
Quem não tem lembranças, definitivamente não tem nada.

Um comentário:

Bruna disse...

Sem você, minha vida não teria tido tanta graça. ps: lembrei agora das bijouterias vendidas na esquina, dia de domingo num sol carioca. hahahah te amo!