segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sonetinho à toa

Meu sentimento nasce sem razão
vem sem motivo, sem explicação
É vagabundo,nobre,traissoeiro
sincero,intenso,eterno e passageiro

A minha vida é feita de emoção
No meu caminho manda o coração
a minha estrada é sempre perigosa
As minhas linhas, curvas sinuosas

Nem sempre digo tudo que eu sinto
Mas sinto sempre aquilo que eu digo
Quis escrever ainda que sem motivo

Quis escrever ainda que fosse curto
embora fosse pouco,mesmo sendo oco
um sonetinho tolo e verdadeiro.

Velho demais da conta[2]

A dor não acabou,
a ferida não sarou
mas a lágrima não mais caiu.
O poço não secou,
o coração não congelou
mas o corpo ainda não se erguiu.
As canções calaram, as lembranças estancaram
Mas a chama aqui dentro ainda não se apagou.
Os dentes que rangem
as unhas que rasgam
mas que ainda não arrancaram
a saudade cravada aqui.
A alma entristece
o corpo adoece
mas eu consigo sorrir
A dor que ainda lateja
o sangue incoagolável,ferida inestancável
que um dia há de sarar
Saudade insaciável,amor inabalável
Sofrimento inestimável
Que o tempo há de apagar

Pra sempre (velho demais da conta)

Quero tocar seus lábios até a última folha cair
Quero estar em teus braços até o último luar
Quero ouvir tua voz até o último cantar dos pássaros
Quero que seja com você, o último dos abraços.
Quero tua mão tocar até o nascer do último sol
Estar do teu lado também no último pôr-do-sol
E ser tua até o brilhar da última estrela.
Com você eu posso voar,
eu já não me importo com o mundo,
eu sou mais feliz à cada segundo.
Porque do seu lado nada importa,é perfeito
Não o que contestar, o que explicar nesse amor sem defeito
Porque do teu lado não tenho dúvidas,medo,segredos,nem pensamentos
só uma certeza: Quero te amar até o fim dos tempos

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

(antigo e sem título)

Do cheiro à textura, da capa ao conteúdo, adoro livros.
Talvez isso seja herança familiar, uma questão genética
mais ciência que particularidade da minha personalidade.
Meu pai acumula mais de três mil livros, tendo todos etiquetados, catalogados,organizados por estilo, ordem alfabética e devidamente lidos.
Minha mãe afirma que além da própria experiência, a única coisa que modifica de fato as pessoas são os livros.
Aprendi que a melhor maneira de eternizar os sentimentos,é transformando-os em palavras. E desde sempre, o fiz.
Lembro da primeira poesia que aprendi na escola, " sandalhinha cor- de-rosa", minha fixação por Casimiro de Abreu poetizando a aurora de sua vida, o primeiro concurso da escola, as palestras dos escritores, minhas tantas perguntas.
Minha alegria nas aulas de redação, procurando dentro de mim um pouco do tema, tentando traduzir meus pensamentos.
Meus diários, quantos diários.. Quantas aflições,quantos sentimentos,quantas sensações boas e ruins que eu só sosseguei quando viraram palavras.
Como grudei no meu primeiro livro de poesias do vinícius e como eu me apaixonei por Mário Quintana, como eu quis e quero ser tão grande assim.
Como "corda bamba" mudou minha vida e como dei um jeito de tornar as pessoas que cruzam o meu caminho personagens para que nunca sejam apagadas.
Como tenho prazer em passar os olhos sob as palavras e me deixar emocionar por elas, como eu fico feliz quando posso ajudar,alegrar alguém com minhas rimas,textos e poesias.
Dei ao meu pai, quando tinha 8 anos,um presente de dia dos pais um pouco diferente. Tentei traduzir o que meu coração sentia por ele. Amor,admiração e até minhas críticas e saudade, poucos meses depois eu lançava “as maluquices do papai”
As pessoas tinham muitas perguntas a fazer pra menina que aos 8 anos escreveu “um livro”. “Por que você escreveu?” “Por que pensou em fazer um livro?”
Ficava sem graça mas o que eu podia responder além de “porque gosto”.
Perdi a conta de quantas histórias tenho na cabeça,algumas começadas em antigos cadernos e personagens que eu criei e/ou me apaixonei.
Tenho tanto a ainda pra dizer, ou melhor,escrever e espero que consiga!

Monólogo (mega antigo)

Eu te amei à cada dia, à cada ar que entrou em meus pulmões,à cada passo que eu dei.
à cada manhã e a cada pôr-do-sol,à cada lua e estrela que eu vi nascer no ´céu.
à cada flor que veio na primavera , e à cada folha que o outono levou.
Do fio de cabelo ao dedo do pé.
Eu amei,à cada lembrança tua,à cada palavra tua, à cada abraço teu.
Eu amei,à cada beijo teu,à cada gesto teu,à cada ausencia tua.
Quando meus olhos fecharam e quando abriram novamente.
Eu te amei,Da forma mais linda,plena,terna,desarmadaDa forma mais pura,ardente,desesperada
De todas as formas que se pode amar alguém.
Eu perdoei,Cada falha,cada erro,cada defeito.
Eu admirei,Seu jeito de ser,de pensar,seus trejeitos.
Eu quis ser tua todos os dias, e fui.
Numa entrega completa.
eu amei, com todo o meu coração.
Eu amei, com poesia e canção.
Eu amei. E ainda amo.
Mas vivi e ainda vivo...e sobreviverei.

(Muito antigo)

Durante muito tempo eu pensei que a coragem fosse ausência de medo, que a distancia pudesse de fato separar duas pessoas, que o maior amor é aquele platônico, que nada concerta um erro, que eu fosse sempre ser submissa aos meus temores e defeitos.Que nada me daria mais pânico que uma prova de matemática, que meus problemas eram os maiores do mundo, que uma dor jamais passaria. Acreditei até pouco tempo que a melhor maneira de resolver problemas seria fugindo deles, que a felicidade seria utópica, que o tempo só piorava as coisas e que tinha gente pra morrer depois da esperança.Mas eu mudei, mas eu cresci e me arrisco a dizer que amadureci.Aprendi que o contrário de coragem, é covardia e não medo.. E que covarde não é aquele que não consegue, mas aquele que não tenta. Entendi que a distancia dificulta siim, mas nunca será impecilho pra amizade verdadeira e que pro amor, não há distancia. compreendi finalmente a beleza e o valor do amor recíproco.Que não se volta no tempo, mas que nada é definitivo senão a morte.Hoje eu sei que não vale à pena tantas críticas e que até pra mudar é preciso se aceitar, sei que prova de matemática será o menor dos meus problemas e que a dor por mais intensa vai passar, sei que os problemas não devem ser maiores nem mais imponentes que eu e que é preciso enfrentá-los com determinação, sei que o tempo há de deslocar o incurável dos centro das atenções, sei que a esperança é uma sementinha que existe dentro da gente e que ela nunca vai morrer, basta que seja cultivada, sei que a felidade existe, é simples e maravilhosa.Sei que mudei e acho que foi pra melhor, sei de algumas coisas e sei também que ainda tenho muito pra aprender.

Muito bem amada

Sou o que podemos chamar de "bem amada".
E digo isso, porque talvez,seja a única certeza que me resta.
Eu fui amada e desejada numa intensidade tamanha e isso faz de mim uma das pessoas mais cicatrizáveis que você pode conhecer.
Pude ver e sentir pra crer que o amor é tudo,é o elo mais forte,mais profundo e mais gostoso de sentir. Tive o prazer de sentir a paixão entrando fulminantemente dentro de mim e o gosto de descobrir os não-limites do querer e do gostar.
Ter por vezes as bochechas coradas,o corpo dormente e os músculos do rosto. Aprendi a compartilhar, a aceitar,a melhorar. Aprendi que a física está completamente errada quando diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
Eu vivi coisas que só quem ama fervorosamente vai saber,
Eu sou "bem amada" porque me senti a mais linda das mulheres,a mais especial criatura do mundo e a razão da vida de alguém.
Sou "bem amada" porque tive a sorte de um amor que só me plantou o bem, que só me fez melhor, que só me fez feliz.
Sou "bem amada" porque tive a sorte de ver esse amor 'maior do mundo' não esmurecer, mas se transformar em algo que ultrapassa os limites da razão, o que chamamos de eternidade.
E por ser tão "bem amada" como sou, isso é tudo que posso desejar: amor!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Eu tenho a mim

Quando de noite eu acordo, com medo, com frio,sem sono, me abraço e canto pra mim aquela velha canção.Eu me embalo nos sonhos mais bonitos e recordações que nem o tempo, nem o mofo conseguirá degredar.Me aperto devagar nas pequeninas memórias de uma Clara que nunca teve medo de nada, que enfrentou tudo com determinação e cantarolo a canção que me dá força...Aos poucos descanço, nos meus próprios braços, sem sentir mais a solidão que devora, que corrõe.E volto ao sono, sem temer o corte de novas feridas, sem temer o tempo, sem temer o pesadelo, por ter a canção, por ter a mim.

Mania de princesa


Era uma vez, e era outra vez e mais tantas vezes...O meu conto de fadas não tem só um final feliz, é como um ciclo.Minha mãe apelidou de "síndrome de Cinderela", o meu jeito de viver com magia e eu perco sapatinhos, me apaixono por feras,converso com animais e bules e posso ter tranças de mel, pra encontrar a pessoa amada. Ando em tapetes e abóboras e acredito em um mundo além do meu castelo.Por viver essa 'vida encantada', tudo tem um peso diferente pra mim. As dores, alegrias,amores,temores ganham mágica e só mesmo com muita fadas madrinhas pra segurar esse fardo mágico.Ganho um ar sublime com algumas mexidas de varinha, mas é claro, que passada a meia noite, viro gata borralheira outra vez.Meus cavalos são ratos,minha carruagem, não passa de uma abóbora, nada pra mim é o que parece, um pouco de mágica e tudo fica mais bonito.E vou assim, dentro de livros, entre perdas de sapatos, pela estrada dos tijolos amarelos,fugindo de bruxas, dentro do maior encantamento possível, buscar outra história, outro final feliz pro meu conto de fadas.