quarta-feira, 17 de setembro de 2008

(antigo e sem título)

Do cheiro à textura, da capa ao conteúdo, adoro livros.
Talvez isso seja herança familiar, uma questão genética
mais ciência que particularidade da minha personalidade.
Meu pai acumula mais de três mil livros, tendo todos etiquetados, catalogados,organizados por estilo, ordem alfabética e devidamente lidos.
Minha mãe afirma que além da própria experiência, a única coisa que modifica de fato as pessoas são os livros.
Aprendi que a melhor maneira de eternizar os sentimentos,é transformando-os em palavras. E desde sempre, o fiz.
Lembro da primeira poesia que aprendi na escola, " sandalhinha cor- de-rosa", minha fixação por Casimiro de Abreu poetizando a aurora de sua vida, o primeiro concurso da escola, as palestras dos escritores, minhas tantas perguntas.
Minha alegria nas aulas de redação, procurando dentro de mim um pouco do tema, tentando traduzir meus pensamentos.
Meus diários, quantos diários.. Quantas aflições,quantos sentimentos,quantas sensações boas e ruins que eu só sosseguei quando viraram palavras.
Como grudei no meu primeiro livro de poesias do vinícius e como eu me apaixonei por Mário Quintana, como eu quis e quero ser tão grande assim.
Como "corda bamba" mudou minha vida e como dei um jeito de tornar as pessoas que cruzam o meu caminho personagens para que nunca sejam apagadas.
Como tenho prazer em passar os olhos sob as palavras e me deixar emocionar por elas, como eu fico feliz quando posso ajudar,alegrar alguém com minhas rimas,textos e poesias.
Dei ao meu pai, quando tinha 8 anos,um presente de dia dos pais um pouco diferente. Tentei traduzir o que meu coração sentia por ele. Amor,admiração e até minhas críticas e saudade, poucos meses depois eu lançava “as maluquices do papai”
As pessoas tinham muitas perguntas a fazer pra menina que aos 8 anos escreveu “um livro”. “Por que você escreveu?” “Por que pensou em fazer um livro?”
Ficava sem graça mas o que eu podia responder além de “porque gosto”.
Perdi a conta de quantas histórias tenho na cabeça,algumas começadas em antigos cadernos e personagens que eu criei e/ou me apaixonei.
Tenho tanto a ainda pra dizer, ou melhor,escrever e espero que consiga!

3 comentários:

LC Varella disse...

Antigo é seu coração, antigo como o amor.
Apenas te desejo toda a plenitude de que vc é capaz. Vc me surpreende diariamente.
Avante Clarinha.

disse...

Corda Bamba... =) Tava querendo ir na casa da lygia..pra conhecer. Topa ir um dia?
Você escreve muito! Adoro os textos.
beijo!

Júlia Borges disse...

espero um dia TE ler mais e mais ;)