quarta-feira, 28 de outubro de 2009

1, 99

"Esse meu amor não vale nada
Uma imitação barata
Enferruja numa madrugada
O meu coração de lata

Tudo vai parar no camelô
Que depois corre do rapa
Por onde você procura amor
Só tem xerox da capa."

Mu Chebabi
No fundo, não há nada.
Na verdade, não sobra nada.
Eu tento, insisto. Momento intenso e depois... nada.
Vazio, frio, as possibilidades de amarras me incomodam.
Não vale nada, não dura nada, não demora.
Barato e superficial, meu amor não tá custando nem durando quase nada.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sampa

Tão perto, tão distante. Entre os folclores, comentários, fotos e pessoas, misturando as distâncias físicas e da imaginação, eu vou pensando "como será, como será?"
Às vezes quase seguro com as mãos, e logo me escapa, desliza. Rondo, planejo, mas não finco meus pés por lá. O porque de tanta curiosidade nem eu sei dizer, se a vontade me engana, não sei. "Que chama!", me chama...
A cidade que no meu imaginário era cinza, quase breu de indiferença, vai ganhando cor, forma, brilho, charme, som.
Não sei onde fica a Ipiranga, nunca vi a "avenida São João", mas alguma coisa acontece no meu coração, que percorre todo o corpo, as pernas, os olhos, as unhas, os cabelos e a imaginação angustiada pede o concreto. Quero cheirar, sentir, tocar, ver, vivenciar... Eu preciso viver São Paulo.
Se a poesia é dura e eu nem tão deselegante quanto as tuas meninas, pouco me importa. Me adequando ou não, eu só queria um salto de pirueta, cambalhota no avesso(do avesso do avesso). Uma dose curta e forte de garoa pra matar tanta sede.
Tudo ao redor me indica, me convida, me aponta. Ando, passeio, volto e quando olho, algum sinal de você, terrinha exibida e desconhecida.
Túmulo do samba, mais possível novo quilombo de zumbi?
Alguma coisa acontece no meu coração... Que palpita animado pensando em cruzar a Ipiranga, passear na avenida São João.
 O que me chama, o que me espera, o que me seduz?
O que me levará a você? Que razão, que meio, com que fim?
 ô São Paulo, o que você guarda pra mim?

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Canto de encanto

Desde que notei os teus encantos
tudo que eu procuro, só um canto
Pra contar em conto esse encontro.
Um canto com você,à sós
Um canto pra esconder meus nós
de ciúme, de saudade, de receio.
E quando entregue, deito no teu seio
Vejo surgir no teu rosto aquele sorriso de canto.
E depois de tanto encanto, nada me resta
Afino uma canção, eu canto
O que no conto eu já tentei dizer.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

No divã- Parte II


Eu sou uma pessoa complicada. Mais um defeito pra complementar o texto abaixo, é que eu sou extremamente confusa.
Sabe, esses dias eu me peguei em uma extrema necessidade de terapia. Eu me dei alta da minha psicóloga há mais ou menos dois anos, depois de quatro anos de seções semanais. Mas esses dias entrei em crise. Questionamento que não se acaba mais!
Por isso precisei adaptar meus textos e meu blog, camuflá-los em um divã. Após tanta terapia , se eu não virar uma pessoa melhor, talvez eu tome chumbinho.
Tirem "mil gatos" da minha frente e assistam, de camarote, a minha grande confusão de sensações.

Eu sou uma pessoa romântica, extremamente passional, e não tem jeito. Quanto a isso não há terapia que resolva. Por conta disso, eu estou quase sempre à beira de um ataque de nervos, à flor da pele.
Não sou o tipo da pessoa prática, racional. Eu nunca escolho o que é melhor pra mim, ao contrário, eu opto pelo inseguro.
Acho que sou um pouco como aqueles atletas super radicais, viciados em adrenalina. Não tenho apego ao coração. "Ele que se recomponha, eu vou viver". E ando constantemente em uma corda bamba emocional.
É claro que todo mundo tem seus fetiches! Não que eu ache que a conquista tem muito a ver com isso, mas eu também tenho minhas preferências. Me encanto por sorrisos e cheiros, a voz é importante. Acho que o abraço é fundamental. Gosto de óculos, piercings, artistas, all star e me derreto por asmáticos, alérgicos, diabéticos, dautônicos, claustrofóbicos e vítimas de outras fobias. Já dá pra prever que eu não arranjo ninguém normal.
Seria bom se a gente pudesse, de cara, entregar nosso manual de instruções.É claro que a espontaneidade é uma delícia, mas pouparia a gente de muitos incômodos.
Um "por causa que" bota a perder meu interesse. Basta uma mensagem : "Estou anCioso pra te ver" pra eu querer adiar a programação pro século seguinte.
Eu fico com vontade de falar : "ô meu bem, português errado, não"
Eu sou carente e insegura, faz parte de mim a necessidade de constantes elogios e confetes.
Romantismo é sempre bem vindo, sem excluir a virilidade, mas "mozão" e "amorzinho" me fazem vomitar! Existe uma linha tênue entre delicadeza e breguice extrema. No meu caso, convém uma atenção especial a ela.
Quando a gente quer ficar sozinho, seeempre aparece alguém. Agora, esteja carente pra você ver. Nem um olhar, nem um telefonema. Maldita lei de Murphy! E ainda tem mais... Não dá pra aparecer um de cada vez, você tem sempre que escolher. Vou confessar, nunca estou completamente decidida. Cada pessoa oferece uma perspectiva, provoca uma sensação...

Eu sou impulsiva! Me rendo às minhas vontades.  Não sei fazer jogos de conquista, fingir, manipular. Sendo assim, sigo minhas intuições, eu me jogo!
Já está me achando louca? Espere um pouco mais.
Eu já falei que eu sou insegura, né? Talvez ficar repetindo isso também faça parte da auto afirmação. Afinal, aceitação é sempre o primeiro passo.
Então, como insegura, no fundo eu acredito que não há nada em mim para ser notado. Logo, se aquela pessoa que me desperta interesse, se interessa por mim, eu penso logo que: Ou eu estou entendendo errado, ou tem alguma coisa errada com ela. "Deve beijar mal", "Teve ter algum furúnculo feio e mal cheiroso", "teve ser um mala". Se nenhuma das alternativas anteriores for verdadeira, com certeza tá me zuando.
Houve uma vez, no carnaval, que eu estava olhando um cara no bloco. Achando uma gracinha.Quando o cara se aproximou, me bateu a tal insegurança e enquanto o cara ficava tentando puxar assunto, eu agarrei minha irmã (Mariana) pelo braço e fiquei perguntando em sussurros "Ele é bonito?" "Hein, Mariana ele é bonito?"
Enfim, nem Freud explica!
Eu disse que era complicada. E ainda nem falei da minha múltipla personalidade. Eu sou uma contradição só.
Tantas fragâncias, que juntas formam uma só essência, que apesar de complexa, cabe nesse pequeno frasco. Boa ou ruim, há quem se banhe nessa água de cheiro.
Ainda existe a crise do ego ferido, o famoso "como-você-não-me-quer?", onde a gente se exalta e se resume à zero em menos de 30 segundos.
Eu sou ciumenta, extremamente ciumenta. Não sou do tipo que faz escândalo, trata mal, proíbe, nada disso. Mas eu me mordo, soco a parede, chingo e amaldiçoo até a sétima geração da inescrupulosa e desavergonhada que se aproximou do que é meu. Lembrando que o que é meu, pode ser meu somente na minha imaginação e desejo.
Igualzinha a você, tenho uma queda natural por quem não presta e sensualidade pra mim é algo tão subliminar quanto fundamental. Acho que eu não gosto da obviedade. Uma luz de muitos woltz já é o suficiente prame desanimar. Tudo me prende e me solta com a mesma facilidade.

Eu fui criada e conduzida para esperar o príncipe encantado, aquele que será em todos os sentidos apropriados. E a cada vez que a vida me contraria essa perspectiva de amor, gosto mais da ideia de me apaixonar.
As imperfeições, as linhas sinuosas, é tudo isso que me fascina.
Eu quero um amor que me livre dessas regras bobas, que me faça aturar até os erros de português, apelidos bregas e que não precise de um ataque de asma pra me parecer totalmente sensual.
O ideal do risco como felicidade se torna cada vez mais forte, e se você quer saber, concretizado.
No fim das contas, toda essa loucura em terapia é só uma vontade incontrolável de viver e de rasgar o coração. No fundo, no fundo é muito simples. Eu só quero sentir e ser: Muito amante e muito amada.

domingo, 18 de outubro de 2009

No divã.

Se quem escreve exorcisa eu não sei, mas sei que escrever é sentir duas vezes. Ler é reler é sentir 3, 4, 8, 10.
E às vezes, a dor é um bom caminho para a libertação. Vamos começar:
Sou desmemoriada, desatenta, irresponsável, inconsequente, extremamente egoísta e leviana com o coração e o sentimento dos outros, esse é meu defeito número 1, o pior, disparado. Não é por maldade, pra ser cruel, nem nada disso. Mas sou. E muitas vezes sem perceber. Acho que leviana é a palavra certa.
Me atraso, falto compromissos, não dou grande assistência nem satisfação às pessoas. Quase sempre machuco quem mais gosta de mim. Inclusive, muitas vezes, confio no amor das pessoas para apoiar meus erros e falhas.
Sou covarde. Penso duas vezes em contar uma mentira, antes de falar uma verdade que me envergonhe. Sou vaidosa, convencida, arrogante. Gosto de aparecer, também!
Sou egocentrica! Adoro quem em massageie o ego.
Sou insegura, por isso eu preciso sempre me auto afirmar.
Sou ciumenta de ranger os dentes, completamente possessiva. Não sei lidar com a falta de atenção e muito menos perder as pessoas. Ver alguém se desapaixonar por mim é beirar o desespero, na maioria dos casos.
Sou impulsiva! Penso muito no prazer momentaneo, sem ver nada além da minha vontade naquele instante, essa é uma das principais fontes dos meus erros.
Ah, quase me esqueço... Minha admiração exagerada pode virar inveja. Sou pavio curto, detesto receber críticas e reclamações, até quando eu estou errada.
Por hora, não me lembro mais de nada, mas sei que ainda há muito mais.
Em contra partida a tudo que confessei, pode-se dize que sou sincera e tenho, quando me convém, senso de humor.
Brincadeiras à parte, terapia seja feita. Ainda que em forma envergonhada de confissão no baú de letrinhas. Contrario o que disse no começo. Escrever é sentir 10 vezes. Ler e reler é questão de fatorial e notação científica.
Que seja exorciso, pelo menos.
Sai de mim, miséria humana!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bem perto, bem quieto.

Chega de me remoer pelo que poderia ter sido melhor, ou pelo que ainda podemos fazer.
O tempo nos dirá o que e se ainda temos para viver. Por hora, deixa como está.
Chega de me chatear com essas coisas do passado, com as vozes que eu calei e que agora cismam em sair.
Não quero mais pensar no que faria ser melhor, perfeito. Que graça teria se nossa história fosse feita de linhas retas? Acho que nós gostamos das curvas sinuosas, da incerteza, de encontros absurdos e fantasias.
Minha personalidade tão diversa está sempre acentuando nossas confusões. Hora sou princesa carente, depois Colombina independente, e ainda há tempo para as palhaçadas! Pois sou palhaça e moleca, quando dá na telha e canso pouco dessas brincadeiras de te provocar.
Sou impulsiva, chata, exigente, perfeccionista. E o que não saiu do jeito que eu queria, é difícil que eu esqueça. "Tão teimosa", como você diz.
Chega das minhas previsões, dos meus planos, das memórias, das longas conversas, das falas que eu planejo pra dizer, to passado que eu insisto em remoer.
Esqueça o que eu cheguei a falar, esqueça o que eu titubiei pra dizer, lembre apenas dos meus olhares ( e desse guarde firme, sempre na cabeça).
Esqueça as conversas que ainda teríamos pra ter, o que nós poderíamos ter feito,esqueça até o que você pretende me dizer. Independente dos "se", "talvez" e "por acaso", a gente não deixou de acontecer.
E agora, eu só preciso te olhar nos olhos, bem perto e saber que antes de tudo, nosso amor deu certo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Só uma obs

http://www.acasadeisabel.blogspot.com/

Não mudei de blog, não. Minha voz ativa continua sendo aqui no avante, é só uma atividade paralela.
Uma historia que eu fiquei com muita vontade de contar...
Espero que visitem e que gostem.

sábado, 3 de outubro de 2009

Desarranjado

Há alguma coisa em mim que é fora do lugar , que não vai nem pretende econtrar os eixos.
Desiquilíbrio, desarranjo, confusão, assim que é bom!