quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bem perto, bem quieto.

Chega de me remoer pelo que poderia ter sido melhor, ou pelo que ainda podemos fazer.
O tempo nos dirá o que e se ainda temos para viver. Por hora, deixa como está.
Chega de me chatear com essas coisas do passado, com as vozes que eu calei e que agora cismam em sair.
Não quero mais pensar no que faria ser melhor, perfeito. Que graça teria se nossa história fosse feita de linhas retas? Acho que nós gostamos das curvas sinuosas, da incerteza, de encontros absurdos e fantasias.
Minha personalidade tão diversa está sempre acentuando nossas confusões. Hora sou princesa carente, depois Colombina independente, e ainda há tempo para as palhaçadas! Pois sou palhaça e moleca, quando dá na telha e canso pouco dessas brincadeiras de te provocar.
Sou impulsiva, chata, exigente, perfeccionista. E o que não saiu do jeito que eu queria, é difícil que eu esqueça. "Tão teimosa", como você diz.
Chega das minhas previsões, dos meus planos, das memórias, das longas conversas, das falas que eu planejo pra dizer, to passado que eu insisto em remoer.
Esqueça o que eu cheguei a falar, esqueça o que eu titubiei pra dizer, lembre apenas dos meus olhares ( e desse guarde firme, sempre na cabeça).
Esqueça as conversas que ainda teríamos pra ter, o que nós poderíamos ter feito,esqueça até o que você pretende me dizer. Independente dos "se", "talvez" e "por acaso", a gente não deixou de acontecer.
E agora, eu só preciso te olhar nos olhos, bem perto e saber que antes de tudo, nosso amor deu certo.

3 comentários:

Júlia Borges disse...

Deve ter dado.

Alice disse...

Ual, você sempre se supera. Acho que esse texto entrou pra minha lista de preferidos.

Saudades, minha flor!

Clara disse...

"(... que a voz de teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva tem mãos tão pequenas"

Bonita.