terça-feira, 29 de julho de 2008

Fazer feliz

Depois de procurar,procurar,procurar dentro de mim um motivo pra ficar bem, pra ficar feliz,ou pelo menos, pra escrever, eu vi que está na hora de sair do meu umbigo. Nem tudo, ou melhor, quase nada vou achar dentro de mim.
Passei a tarde deixando a tristeza de invadir, mesmo sem saber direito o motivo, deixei ela ficar, se instalar dentro de mim.
Então chorei, desesperei e me preparei pra contar tudo o que me afligia(se é que havia motivo) pra próxima pessoa solidária que me aparecesse.
Apareceram muitas, cheias de outras confusões,precisando mais de mim que eu delas e me mostrando tantos lados,tantas dimensões e tantas coisas mais bonitas e mais importantes do que as minhas aflições. Me vi dando soluções sensatas pras questões alheias e vendo brotar sorrisos ou palavras alegres do meu esforço pra os ver felizes.
Achei a sensação que aquilo tava me dando,tão gostosa,tão bonita e tão boa de sentir que reconheci que essa mistura de coisas que mexiam tanto com meu corpo e coração só podia ser idéia,só podia ser inspiração.
Brotou no meu rosto um sorriso ingênuo e sincero que ainda não saiu.
Talvez, a essência da minha inspiração não seja ser, mas fazer feliz.

Minha inspiração em estado de sítio.

Ando invenando histórias.
Ando botando a culpa na preguiça,na falta de tempo,mas o fato é que sumiu a minha inspiração.
Onde estará esse meu fio de adrenalina, que me provoca o maior dos prazeres(as palavras)?
Talvez tenha ficado em alguma borboleta que deixei de ver voar, em algum sorriso que ignorei,em alguma palavra que não disse,ou de alguma emoção que fugi.
Talvez tenha ficado no momento em que não peguei o papel,em que esperei,em que deixei pra lá.
Onde ela está? Onde ela está?
fico buscando no fim de tarde bonito,na música,nos perfumes,nas saudades. Mas é em vão...
Tudo me encanta e passa.
Não faço objeção à nenhuma,abro mão de ser seletiva, mas eu preciso de uma emoção.
Alguma coisa que me tire do sério,do sentido,pelo menos por um instante. O momento de escrever um conto,uma crônica, uma rima. Qualquer coisa.
Como vou continuar a minha sina assim? Como vou conseguir ser feliz?
Talvez só não esteja sabendo procurar...
Se eu não conseguir te achar,por favor me encontre,inspiração.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Casa de Rui Barbosa

Ignoro todos os barulhos,os carrinhos de bebê,nesse cantinho com gosto de saudade e nosalgia,com cheito de lembrança e um ar de poesia em todas as coisas que o compõe.
Passarinhos cantando e exibindo suas asas em vôos lestos e longos. Aqui me sinto como essa andorinha,como esse sabiá.As minha asas são as estas palavras,que me elevam e pousam no campo mais profundo das minhas emoções.
Tudo que consegue parar minha preocupação e minha ansiedade, que já é crônica e me deixar hipnotizada,sem pressa de sentir qualquer coisa que seja, é o que chamo de beleza,esse é meu padrão.
Esse lugar repleto de calma e tão completo de tudo,me dá a beleza necessária para dispir-me de qualquer mau pensamento,pra viver esse instante de liberdade como um último momento.

" A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade."
Ruy Barbosa

sexta-feira, 4 de julho de 2008

confissão

Ainda bato meu salto de 7 centímetros pela sala ouvindo chamar o telefone.
Se a hora é propícia,ou se é conveniente,prefiro não pensar.Apenas sinto meu instinto que já começa a ser mais forte do que eu.
A casa silenciosa faz ecoar ainda mais alto o que fala dentro de mim e que transborda a cada segundo que o telefone chama e que você não atende.
Melhor deixar pra lá,tentar amanhã. Quem sabe dormir,ler,ou sair "pra esparecer"...Pra que?
No fundo eu sei que o perfume,o vestido e o laço no cabelo são só pra você,porque mesmo distante eu me preparo,eu me arrumo pra te ver.
Vou falar um monte de besteiras sentimentalóides,que você vai julgar clichê. Então...pra que?
Pra ouvir a sua voz me dizendo que logo volta,que logo ficará tudo bem,que mesmo longe está comigo e que não tem olhos pra ninguém.
Pra dizer que preocupação é besteira e que a saudade vai passar depressa.
Pra dizer que me ama,ou só me chamar de flor.
Mas o telefone ainda chama e eu ainda bato meu salto de 7 centímetros pela sala escura...