terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Chegando.

Quando vi as luzes do Rio de Janeiro se aproximando, percebi que minhas férias tinham acabado. Eu já estava muito longe da cajuína, de todas aquelas vivências.
Quando avistei as primeiras formas do Rio de Janeiro aparecendo, percebi que eu já tinha atravessado as fronteiras e estava do outro lado do meu mundo.
Distante das festas de Piripiri, do Rio Parnaíba, da paz de Barra Grande, da cozinha da minha avó...
à milhões de quilômetros da acerola, do caju, do umbu, da manga rosa, da casa da minha dinda, dos abraços da Anna Clara, das bagunças na casa da Lara, das risadas da Nathana, das farras...
Longe, muito longe de tudo que foi parte de mim durante os 35 dias das minhas férias.
O ano começava agora! e a responsabilidade já batia no meu ombro como se dissesse "Acorda!". O avião posando ia me pondo dentro do real e meu sonho ia perdendo a cor.
Alívio, ansiedade, medo, preguiça, saudade!
Estava em casa! E quando veria meu pai de novo? E quando de novo aquelas conversas, aquela comida, aquele aroma de Piauí?
Quando vi minha mala de bolinhas na esteira e o relógio no horário de verão, percebi que eu tinha mesmo acordado.
A vida real estava recomeçando...

7 comentários:

Bianca Burnier disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bianca Burnier disse...

Ai, que saudade eu também tenho da Cajuína e do Umbu...


Saudade também de ver um texto tão sonoro e saudoso como esse.

Marmota Cultural disse...

Férias...
Sempre que chego delas despenco num mar de realidade.
Mas se não fossem essa realidade, de que me serviriam as férias?
Pense nisso quando sentir saudade.
bj

Yke Leon disse...

A gente nunca sabe quando está vivendo um momento inesquecível. É o que eu tenho dito ultimamente.

Yke Leon, www.revolutear.com

Anônimo disse...

oi clara, tudo bem? meu nome é bia, estudei no ceat há uns anos e venho lendo seu blog há um tempo, gosto muito do jeito que você escreve. acabei de linkar no meu...
beijos

Helton disse...

Olá. É interessante vê o mundo a partir dos seus olhos. Gostaria de compartilhar uma leitura, que me encanta: Marguerite Duras > "Escrever, essa foi a única coisa que habitou minha vida e que a encantou. Eu o fiz. A escrita não me abandonou nunca". É muito estimulante lê Duras.

tania disse...

Oi Clara seu textolembrando o Piaui me recorda o livro de Rachel de Queiroz O Não me Deixes, livro contando a vida dela natipicacasa sertaneja.Lindotudo que vc.escreve.