sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

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Eu tenho amor à minha terra.

Sou bairrista mesmo, nacionalista, porque o meu santo de casa, faz milagre.

Eu falo com sotaque carioca, mas meu sangue é quente, é dessas bandas.Ferve com batuques de maracatu e de forró, porque na barriga eu já ouvia a sanfona, o rei do baião e passava pelo meu cordão umbilical a carne de sol,marizabel e baião de dois.

Fui concebida aqui, e aqui vi o mundo pela primeira vez, e tenho orgulho ao olhar na identidade a minha origem de cultura rica,de história, de beleza.

A sede da minha alma só se mata com cajuína, os meus heróis lutaram na batalha do jenipapo, minha fé é sentir os olhos enchendo d'água nas romarias e prossições ao ver um povo bom que não se cansa e vai agradecer à Deus pelo pouco que tem, meu mar é o parnaíba, que é o maior das américas e eu como os primeiros homens pisei primeiro nestas terras, eu tenho a serra da capivara, eu tenho sete cidades de beleza natural, minha terra tem palmeira, minha terra tem carnaúba e meu paraíso, aqui.

O Piauí é único estado do nordeste cuja capital não tem praia mas o literal embora de curta extensão é o mais lindo não só do Brasil, mas do mundo.A minha poesia é de cordel, meu descanço é de rede, meu pôr-do-sol é no caldeirão e minha orla, é no Poty.

Minha terra não consome, não compra, não vende, representa pouco no Pib do Brasil e então não tem valor. Mas meus valores nunca foram estes mesmo,nunca me acostumei, porque eu moro nesse mundo mas minha casa é aqui e não á nada no mundo, como nosso lar.

Eu sou daqui, eu sou daqui, eu sou daqui. E me emociona como mais nada essa terra seca e esse chão rachado coberta de verde pelos canaubais.

falo mal, me queixo mesmo," é quente, é pobre, é pouco". Mas minto,omito, é muito, é tudo.Que mais ninguém levante a voz pra falar da minha terra.

5 comentários:

Júlia Borges disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Júlia Borges disse...

Que inveja eu tenho, pois sou de terra nenhuma. No chão que nasci, não vivi e só passei uma vez.
O Rio é minha vida, mas ainda assim, não é meu lar. Sou apegada às suas belezas reconhecidas mundialmente, me sinto, às vezes, cravada no asfalto, mas, de repente, estou a voar por todos os cantos sem rumo, porque... não sou de terra nenhuma. No chão que nasci, nem vivi, tampouco conheci.

CLARA LINDA, você é LINDA DEMAIS


beijos

daniel disse...

filha esse texto foi o maior presente que vc poderia ter me dado!

Fran Carvalho disse...

Só pra avisar aos leitores que por a caso passe aqui e não conheça a artista das letras...ela é Clara, com apenas 15 anos... e nem o pai dela
que considero o piauiense + paiauiense de todos vi escrever do piauí assim...

Pam Krishna disse...

Texto lindo, Clara. Textos lindos, aliás!

Parabéns!

Muito bom descubrir esse cantinho teu. Não nos deixe sem a poesia de suas palavras!

Abraços