quarta-feira, 18 de março de 2009

Mar morto


Navego, navego e ancoro no mesmo lugar.
Engano meu acreditar que o que eu quero é a conquista de novos territórios, pensar que novas terras me fariam mais encantada e que eu percorria a mar aberto, sem deixar vestígios.
Ah, terrível engano crer que eu navegava sem olhar pra trás e que outras terras haviam de me prender.
Como me equivoquei em crer que acabaria com a chuva ou as tempestades. Haja o tempo que houver e traga ele o que vier, nenhuma força seria mais imponente.
Foi puro engano meu pensar que havia seguido para terras distantes, pois minha âncora fincou-se certeira no seu porto e nem mesmo navios negreiros ou outras correntezas me levariam para longe de você.
Meu navio se perde por entre os mares de solidão e mesmo quando esquece o caminho, é pra ti que retornas, meu porto, que me dá segurança e naufraga meus navios, a ilha que me prende, a terra que me fascina mais que qualquer outra que eu possa conquistar e conhecer. Ah, doce e dolorosa sina...
Eu te amo sim, e mesmo que tente sufocar ou esquecer, meu sentimento ainda tem a velha força que movia montanhas e mudava a direção das marés, que toma as proporções infinitas e é como um mar dentro de mim.

Ao mesmo tempo que fujo e tento navegar para longe sei que só em suas terras minha embarcação estará completa.

2 comentários:

disse...

Gostei da metáfora...ótimo texto.
Beijo.

Júlia Borges disse...

dessa vez me calo... ok?
se não, choro hehe...
por dentro, estou derretida.
beijos