sexta-feira, 3 de abril de 2009


Olhou no espelho, tudo no mesmo lugar.

Jogou-se na cama impaciente. Era sempre hora de reinventar.

Seria cortar o cabelo, uma limpa no guarda-roupa, os brincos, as músicas, a leitura, os hábitos, o jeito de falar, os ambientes? Não sabia... Mas aquela mesmice conseguia tira-la do sério.

Jogou o cabelo pro lado, lançou a si mesma no espelho um olhar distinto, na tentativa de tirar o jeito "tão menina" que tinha, mas riu de si mesma, achando patética sua intenção.

Pegou na estante um livro, abriu a primeira página e leu a primeira frase e desistiu, já tinha lido, ela queria novidade.

Trocou duas ou três coisas de lugar e ensaiou um jeito de sorrir diferente, não gostou. Ainda parecia tão igual.

Essa necessidade de revolução ás vezes podia ser incômoda, precisava sempre ser outra pessoa mesmo sabendo quão cansativas(e muitas vezes inúteis) eram suas modificações, no fundo era a mesma de antes, apenas em uma moldura diferente.

Não era o cabelo, nem as palavras, nem o sorriso, nem as roupas. Ela não queria estar diferente, ela queria SER (tão) diferente...

Um comentário:

Julia disse...

Quando você for diferente, vai querer ser igual...

O negócio, meu bem, é mudar.