Passeando entre as pedras da calçada e devaneios distantes, fiquei vendo o céu passear por todas as tonalidades em um degradê cheio de nuances, em ordem respectiva das cores mais vivas aos tons pastéis.
Logo em seguida, descordenar de vez e bagunçar as cores, como se fosse tinta. Até tudo se juntar em uma mistura homogênea e concreta. De um azul quase preto.
Depois ,aos poucos, como se tivessem sido planejadas, arquitetadas por um pintor perfeccionista e astuto, as estrelas foram aparecendo. Uma a uma até o que antes eram leves pinceladas, se tornarem um grande mosaico cheio de imagens no qual eu me perdi e me encontrei.
Disposta e em pé, depois sentada. No final, entregue ao espetáculo que me encantava, deitada, me despedi da tarde, do dia e das minhas inquietações habituais. Vendo os barquinhos, as pessoas, o céu... e de certa forma eu, refletida em toda aquela paisagem.
Sai ainda em transe, sendo parte da moldura e ajudando a compor a pintura, também. Todas as cores da aquarela daquele tarde cobrindo meu corpo, a tinta fresca pintando através dos meus olhos, meu sorriso e colorindo também o dia de quem passou por mim e pôde ver a tonalidade da minha alegria.
6 comentários:
É impressionante como a gente tem atitudes parecidas!! Acho que a gente tem algum tipo de ligação, sei lá, mas o negócio é forte!!!
Somos filhas da natureza e só nos encontramos nesses momentos.
Quero te ver!
Beijos, minha flor!
''Uma a uma até o que antes eram leves pinceladas, se tornarem um grande mosaico cheio de imagens no qual eu me perdi e me encontrei.''
essa parte ficou ótima :)
Ai Clarinha, como me fizeram falta os teus textos ..
Saudade de ver o mundo colorido pelos teus olhos :)
Tudo que você escreve é tão... tão bonito, e aí eu sempre quero te dizer o quão bonito é, mas nunca consigo arrumar as palavras direito pra dizer o que eu achei.
Droga!
Somos tudo o que ocorre a nossa volta. Adorei.
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