quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Poemeto erótico

Fitei os seus olhos doces, eles queimavam de desejo, de um jeito que me fez corar as bochechas.Cheguei meu corpo mais perto do seu, suas mãos tocaram minha cintura com firmeza.
Ele conseguia ser delicado e viril.Meu rosto ficou colado ao seu pescoço, o cheiro que me entorpecia. Beijei seu rosto com carinho.Envolvi meus braços em seu pescoço, segurei-os com força, beijei-lhe a boca com desejo. Seu beijo estava ainda melhor.Minhas mãos seguravam seu rosto, enquanto suas mãos passeavam leves, soltas por mim. Nos aproximavamos à cada instante mais, e eu queimava de amor e de vontade.Tirei a camisa que lhe cobria o corpo, o corpo que fazia, naquele momento, parte do meu. Beijei cada quinhão da sua anatomia perfeita e me deixei desassisar pela batida alta e rápida do seu coração. Abriu meus botões com delicadeza e calma, como se quisesse apreciar cada parte que aos poucos se deixava à mostra do meu corpo, cada parte que era sua também, que conquistava e possuia à cada toque.
- Teu corpo claro e perfeito, teu corpo de maravilha...
Sussurrou o poemeto erótico de Manuel Bandeira em meus ouvidos
Seu corpo se pôs sobre o meu. Senti seu calor, seu perfume, nos confundimos no entrelaços de dedos e pernas,fiquei sem saber onde começava meu corpo e onde terminava o seu.
Olhou detalhadamente a junção dos nossos corpo, analisou cada pedaço de mim, de maneira que me causou uma vergonha boba e boa.
- Quero possuí-lo no leito estreito da redondilha...
Continuou a recitar
-Eu te amo - sussurrei.
-Eu te amo mais - ele disse
Segurou-me com força, como se quisesse me impedir de ir embora. Como se eu fosse embora...
Cheirou meu pescoço e meu colo, que estavam muito próximos dele.
- Teu corpo é tudo que cheira...
Rosa...flor de laranjeira
Pegava emprestado as palavras de Manuel Bandeira, e essas me deixavam zonza com o som da sua voz.
- Teu corpo, branco e macio,
É como um véu de noivado...
Deslizou suas mãos por mim, não deixando que restasse nenhuma parte sem seu toque.
- Teu corpo é pomo doirado...
Rosal queimado do estio,
desfalecido em perfume...
- Teu corpo é a brasa do lume.
Completei. E foi minha vez de segura-lo forte. Meu corpo pediu que não me soltasse, que não me deixasse, que fizesse parte de mim.
- Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes...
Ouvia sua voz morna , mas dos seus olhos parecia sair a poesia. Os olhos verdes, hipnotizantes, que há muito me tiravam da realidade.
- E puro como nas fontes
Beijou-me a testa com carinho
- A água clara que serpeja,
Que em cantigas se derrama.
Pôs -se completamente sobre mim,apertei com desejo e gosto suas costas
- Volúpia da água e da chama...
Sussurrei.
Me olhava de um jeito doce, de um jeito ardente, de um jeito único.
- A todo momento o vejo...
Teu corpo... A única ilha
no oceano do meu desejo.
Senti sua boca, seu coração. Senti que éramos um só corpo, senti sua presença dentro de mim.
Vi a rosa em cima da cama, vi seus olhos, depois não vi mais nada.

2 comentários:

Julia disse...

Tradução, fuderam.

hahahahaha, adorei. Nos tempos em que sexo é mesma coisa que nada, é bom saber que alguém ainda liga o orgasmo ao encontro total de corpos que se amam. Sexo é amor, talvez não seja aquele que nós queremos, muito menos a sua certeza... mas com certeza a busca.

Júlia Borges disse...

Se por uma vez, alguém me tivesse, assim, sussurrando Manuel Bandeira em pleno ato... Que fantasia gostosa! hahaha...