domingo, 17 de maio de 2009

Menina Nina e o irreversível


Nina é uma menina levada. Gosta de mexer em tudo, correr, fazer bagunça.
Adora brincar com as bonecas da mamãe, que ficam na sala.
Sem que ninguém visse, enquanto todos da casa estavam atarefados demais em suas próprias atividades, a pequenina segurou sua boneca preferida, e no ímpeto da brincadeira, arrancou o braço da boneca. Sorriu achando graça do feito.
Depois cansou da boneca desse jeito, quis encaixar de novo seu braço. Segurou, tentou, mudou de posição, não conseguia. Repetia sem parar a todos da casa 'botar', 'botar', 'botar'.
Os olhares negativos, as tentativas falhas. Nina chorou manhosa, fazendo bico, com a boneca em seu colo, e o braço arrancado em sua mão. Um choro sentido, sofrido. Ela só queria brincar...
Tão frágil e pequenina, a menina Nina hoje sentiu a dor de quem comprava que a inconsequência pode ser irreversível.

Um comentário:

Luiza Trigo disse...

Imaginei uma cena a la "casa dos mello trigo"...
teremos uma dessa a cada semana, como a menina do kill bill que pisou no peixe pra ver o que acontecia...