domingo, 26 de julho de 2009

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escorre o tempo pelas mãos da menina
Pelos carnavais, por entre as esquinas
pela carta de amor que fez o namorado
apressado entre os cortejos do rapaz apaixonado
Pela rugas de quem sabe que ele está passando
pelos olhos e na vida dos que estão começando
Nos sorrisos, brincadeiras e cirandas
Nas lembranças, cartas e fotografias
Criança travessa e avô centenário
Implacável, atento, apressado
Escorregando entre os dias da gente
Brinco de tentar segura-lo
Mas acabo me perdendo em dias
confusa entre anos e vivências
aprendi que com ele não se brinca
E então quando o procuro, entre as minhas mãos
onde ele estava
Entre as minhas fotos, onde o retratava
Entre os meus cabelos, onde residia
"Não acho", "perdi"
sumiu, rumou, feriu, traçou
passou....

Um comentário:

Neo disse...

Olha..

Sempre muito bom voltar aqui...
E ver que estas letrinhas sempre seguem de maneira brilhante...

Sobre o post..

Adoro escrever sobre o tempo
Tudo passa por ele, ele passa por tudo, é severo, permanente, mágico e poético..

Sempre o tempo.

Beijo


Neo